O maior ensaio do seu género, STAR*D (Sequenced Treatment Alternatives to Relieve Depression) seguiu 3.671 pacientes, a maioria dos quais sofria de depressão durante anos, pois tentaram uma sequência de tratamentos que foram supervisionados de perto pelos seus próprios médicos. “Ao contrário de estudos anteriores que tinham critérios de inclusão rigorosos, o foco da nossa investigação agora é nas práticas do mundo real, para que os resultados sejam de utilidade prática”, diz Thomas Insel, MD, director do Instituto Nacional de Saúde Mental, que patrocinou o estudo. Os participantes foram colocados pela primeira vez no antidepressivo Celexa durante 12 a 14 semanas. Aqueles cujos sintomas melhoraram ou melhoraram significativamente entraram numa fase de seguimento de um ano. Outros tiveram três opções: mudar para um novo medicamento (Wellbutrin, Effexor, ou Zoloft), permanecer no Celexa e adicionar outro medicamento (Wellbutrin ou BusPar) ou terapia cognitiva, ou tentar a terapia sozinhos. A terceira e quarta fases deixam os doentes experimentar outros antidepressivos, tais como Pamelor ou Remeron.
Os resultados: Um terço dos pacientes deprimidos, o estudo indica, não ficará mais livre de sintomas, mesmo com até quatro tentativas de tratamento. Cerca de dois terços irão (37% fizeram-no apenas tomando Celexa). Ao mesmo tempo, porém, quanto mais opções tentaram, maior a probabilidade de recaída, com 34% dos que só com Celexa voltaram a apresentar sintomas dentro de um ano, e metade dos que tentaram quatro tratamentos voltando a cair em depressão.
“A boa notícia é que, se um primeiro tratamento não resultar, não se deve desistir, porque um segundo, terceiro, ou quarto pode”, diz Madhukar Trivedi, MD, professor de psiquiatria na Universidade do Texas Southwestern e um dos principais investigadores. Mesmo os medicamentos da mesma classe podem ter efeitos diferentes, diz Helen Mayberg, MD, professora de psiquiatria e neurologia na Universidade Emory em Atlanta.
Para os pacientes que não respondem a nenhum medicamento, os especialistas dizem que uma escolha clara é a terapia cognitiva. “A investigação descobriu que ela pode aumentar as hipóteses de se manter bem a longo prazo”, diz Mayberg. Em casos mais extremos, a terapia electroconvulsiva ou a estimulação do nervo vago (em que um pequeno dispositivo tipo pacemaker é implantado no peito para estimular nervos que enviam impulsos para afectar centros de humor no cérebro) pode valer a pena tentar.
“Ninguém neste campo está satisfeito com o status quo”, diz Mayberg. “Sabemos que precisamos de melhores tratamentos. Mas ainda temos de identificar os padrões cerebrais e os marcadores genéticos que nos ajudarão a chegar lá. Felizmente, temos as ferramentas para o fazer agora, e a ciência está a começar a recuperar o atraso”