Colisão e Salvamento
Em 13 de Janeiro de 2012, a Concordia deixou Civitavecchia, Itália, aproximadamente às 19:18 horas. A bordo encontravam-se 1.023 membros da tripulação e 3.206 passageiros. Ao aproximar-se da Ilha Giglio várias horas mais tarde, a Concordia desviou-se da sua rota padrão, aproximando-se da pequena ilha toscana para uma “saudação” marítima, uma prática comum que incluía o navio de cruzeiro a tocar a sua buzina; a Concordia já tinha realizado várias no passado. A área era conhecida por afloramentos rochosos, e em algum momento, tal formação foi notada no caminho do navio. Schettino, um capitão de mais de sete anos, ordenou uma mudança de rumo, mas devido a questões linguísticas, o timoneiro indonésio conduziu o barco na direcção oposta. Segundo consta, foram necessários 13 segundos para corrigir a manobra. A proa do barco acabou por oscilar claramente, mas a popa colidiu com o recife por volta das 21:45 horas. A confusão na ponte resultou em ordens contraditórias, mas os danos tinham sido feitos: o lado do porto (esquerdo) do Concordia tinha sofrido um rasgão de 174 pés (53 metros).
Uma avaliação dos danos revelou que cinco compartimentos, incluindo a casa das máquinas, estavam inundados, e o navio rapidamente perdeu potência. Além disso, sem os motores nem o leme a funcionar, o navio não podia ser dirigido. No entanto, o vento e a posição encravada do leme fizeram com que o Concordia voltasse para a ilha. Embora a mudança de direcção tenha facilitado o salvamento posterior, fez com que o navio começasse a listar-se a estibordo. O Concordia à deriva acabou por encalhar perto da costa. Durante este tempo, um passageiro em pânico contactou a sua filha em Itália, e a guarda costeira italiana chamou o Concordia por volta das 22:14 horas. Schettino, no entanto, minimizou os danos, observando apenas que a embarcação tinha sofrido um blackout. Cerca de 10 minutos depois, a guarda costeira voltou a contactar o navio, e nessa altura a tripulação admitiu que o navio estava a levar água. Contudo, o único pedido de Schettino era para rebocadores.
Ás 22:39h chegou a primeira embarcação de salvamento. Aproximadamente 15 minutos depois, Schettino ordenou finalmente o abandono do Concordia, embora, de acordo com relatórios, os barcos salva-vidas já tivessem sido lançados. Por volta das 23:20 Schettino deixou a ponte e pouco depois do navio abandonado; posteriormente alegou que tinha caído do Concordia e aterrou num bote salva-vidas. Cerca de 13 minutos depois, o último tripulante deixou a ponte, apesar de aproximadamente 300 pessoas ainda se encontrarem no navio em dificuldades. Às 12:00 da manhã de 14 de Janeiro, o Concordia tinha uma lista severa, tornando a libertação dos barcos salva-vidas difícil e obrigando muitos a usar escadas.
Às 12:40 da manhã um capitão da guarda costeira chamado Schettino, que estava num barco salva-vidas com outros oficiais do Concordia, ordenou-lhe que voltasse ao navio e supervisionasse a evacuação. Ele recusou. Nessa altura, porém, as operações de salvamento incluíam 25 barcos patrulha, 14 navios mercantes e numerosos helicópteros, e de manhã cedo, 4.194 pessoas foram evacuadas do Concordia e levadas para a ilha de Giglio, que tinha uma população permanente de menos de 1.000 habitantes. Às 6:17 da manhã do dia 14 de Janeiro os esforços de busca foram temporariamente suspensos, mas no dia seguinte mergulhadores resgataram mais três do interior da Concordia. Eram os restantes sobreviventes. Trinta e duas pessoas morreram na catástrofe, e o último corpo não foi recuperado até Novembro de 2014.