Por Alexandria Sage
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PARIS (Reuters) – Os documentos oficiais franceses já não obrigarão as mulheres a revelar o seu estado civil exigindo-lhes que escolham o título de Mademoiselle ou Madame.
O Primeiro-Ministro francês François Fillon ordenou a todos os governos regionais e locais que retirem o título “Mademoiselle” – usado para mulheres solteiras e que implica uma imaturidade juvenil – dos documentos oficiais.
A partir de agora, as pessoas que preencherem formulários governamentais terão apenas duas escolhas: Madame ou Monsieur.
A mudança, assinada em memorando aos governos regionais e locais por Fillon esta semana, vem depois do lobby de grupos de mulheres que argumentaram que Mademoiselle é sexista. O seu equivalente masculino — Monsieur — não distingue o estado civil.
Mademoiselle também traz conotações de juventude e imaturidade, tornando-a potencialmente problemática para mulheres solteiras após uma certa idade, e confere um estatuto inferior.
Chanel’s “Coco Mademoiselle” por exemplo, é descrita como uma versão mais leve e fresca da Coco original.
Respondentes em documentos oficiais também já não serão solicitados a fornecer os seus nomes de solteira, o apelido do seu pai, ou o nome dos seus maridos.
Fillon observou que vários formulários governamentais continham termos “referindo-se, sem justificação ou necessidade, ao estado civil das mulheres”. Quando os formulários são impressos a seguir, esses títulos devem ser eliminados, escreveu.
Dois grupos, Osez le Feminisme (O Desafio do Feminismo) e Les Chiennes de Garde (Os Cães de Guarda (femininos)) começaram uma campanha conjunta em Setembro como um lembrete de que “a distinção Madame/Mademoiselle … é um sinal de sexismo padrão que perdura na nossa sociedade.”
“Longe de ser lisonjeiro, o título “Mademoiselle” obriga as mulheres a divulgar a sua vida privada, como se o casamento conferisse um valor superior às mulheres”, escreveu a campanha.
“É um lembrete do tempo em que as mulheres passavam, através do casamento, da autoridade dos seus pais para a autoridade dos seus maridos”
Reporting By Alexandria Sage, edição de Paul Casciato