Num esforço para aumentar a transferência do treino para o desempenho desportivo, devem ser desenvolvidos programas de treino específicos do desporto. A modelização da competição tem sido proposta como método para desenvolver programas de condicionamento metabólico que imitam os ambientes de competição. Este processo envolve tanto uma avaliação qualitativa como quantitativa das condições de competição de um desporto. O objectivo desta investigação observacional foi construir um modelo de competição do futebol americano para 3 níveis diferentes: liceu, colegial, e profissional. Foram realizadas observações de 30 jogos de futebol a diferentes níveis e modeladas em relação à duração do jogo, duração da recuperação entre jogadas, jogadas por série, e paragens por série. Os dados resultantes demonstraram que existem diferenças nestas variáveis entre os níveis de jogo. As jogadas no liceu duravam, em média, 5,6 +/- 2,0 segundos e eram ligeiramente mais longas do que as jogadas na faculdade (+0,47 segundos) e profissionais (+0,44 segundos). O tempo médio de recuperação entre jogadas foi o mais longo nos jogos da Liga Nacional de Futebol (NFL) e o mais curto no liceu. Em média, a relação trabalho/recuperação foi mais extenuante no liceu (1:5.5), faculdade (1:6.1), e NFL (1:6.2), respectivamente. As diferenças nas condições de concorrência identificadas, embora ligeiras, existem entre o liceu, o colegial e o futebol profissional. A fim de conceber programas específicos de treino metabólico para o futebol americano, os treinadores devem considerar os modelos identificados. Os rácios de exercício para descanso e o volume de trabalho realizado numa sessão de treino devem ser concebidos para assegurar que os jogadores se estão a preparar especificamente para as condições de jogo identificadas.
Modelagem de competição do futebol americano: dados de observação e implicações para o ensino secundário, colegial, e condicionamento de jogadores profissionais
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