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– A minha história, “Where Are You Going, Where Have You Been?” é a mais reimpressa de qualquer história minha, pelo que me fazem perguntas sobre ela. Como todos os dias na minha vida, recebo perguntas sobre essa história. Portanto, é para mim uma génese muito interessante, porque o primeiro título da história foi “A Morte e a Donzela”, e isso parece assinalar uma espécie de conto de fadas, como a morte no antigo – a talha medieval, a morte é imaginada como isto – esta figura como um crânio, e ele pode ter uma foice na mão. E ele está de pé atrás de uma rapariga bonita com o cabelo solto, e ela está a furar em frente a um espelho. E a morte está de pé atrás, e vê-se a morte no espelho. Ela não vê a morte, porque nós vemos a morte no espelho. Ela vê-se a si própria, mas nós vemos a morte no espelho. Assim, se olharmos para a história que escrevi, vemos que os elementos do conto de fadas estão sempre lá, mas estão meio submersos. A morte vem cavalgando no seu cavalo. A rapariga está a caminhar na floresta. É uma rapariga jovem, mas está sozinha no bosque, e não deveria estar sozinha no bosque. Por isso, é um conto de prudência. A morte vem cavalgando no seu cavalo. Por vezes ele é um cavaleiro. Ele tem uma armadura. O seu rosto está escondido, mas ele é a morte. E ele… ele pede-lhe para subir no seu cavalo, e ele não a agarra e a põe num cavalo. Ele pergunta-lhe se ela quer vir e cavalgar com ele. Então ela é a que vai a cavalo. É muito importante que a donzela seja volitiva. Ela vai a cavalo com este homem que não conhece, um estranho, e eles cavalgam, e ela cavalga até à sua morte. E assim a minha história é uma réplica disso – esse tipo de situação de conto de fadas. A história é baseada também em algo que realmente aconteceu. Assim, a maior parte da escrita tem uma série de influências. Algo realmente aconteceu no sudoeste. Li sobre isso na revista “Life”, e houve uma propagação fotográfica de duas páginas destas terríveis mortes, a Flautista de Tucson, Arizona. E havia um homem, que tem cerca de 30 anos. Ele fingiu ser um adolescente. Tingiu o cabelo. Ele era bastante baixo. Usava botas de cowboy com jornais presos nas botas, para parecer mais alto. E vestia-se como um adolescente, e tentava fingir ser um adolescente. Andava pelos centros comerciais, e fez amizade com estas raparigas que iriam passear. E um a um, ele… ele estava a assassinar raparigas. Mas o que me interessou na história foi este facto terrível e aterrador de que alguns dos adolescentes sabiam que ele estava a assassinar raparigas, e eles não contaram a ninguém. Por isso iam para casa, para junto dos pais, e não contavam. Protegiam-no. Como, porquê… pensei, porque protegeriam esta pessoa horrível, que é como Charles Manson, talvez aquele tipo de homem carismático que se aproveita de adolescentes, adolescentes. Assim, ele seduziu-os de alguma forma, mas mesmo quando os estava a assassinar, eles… eles… eles defenderam-no. Finalmente, tudo se revelou, e ele foi preso. Mas eu não…