Voltar na R.E.U.S.R.? How Today's Russia Is Like the Soviet Era

MOSCOW – A Rússia pós-comunista passou de amiga dos Estados Unidos para rival sob o Presidente Vladimir Putin. Está a desafiar o Ocidente em várias frentes, incluindo o seu envolvimento na Ucrânia e na Síria, ao mesmo tempo que reprime a dissidência em casa.

Tudo isto ecoa a União Soviética, dizem os críticos. “Putin está a explorar descaradamente a nostalgia soviética”, disse o político da oposição Boris Nemtsov um ano antes do seu assassinato ainda por resolver em Fevereiro.

Mas quão semelhante é a Rússia de hoje ao regime comunista que governou desde 1922 até à dissolução da União Soviética em 1991? A NBC News apresenta as principais semelhanças entre a Rússia de Putin e a URSS – e as diferenças.

O Hino

Uma das decisões recentemente eleitas por Putin em 2000 foi restaurar o hino nacional soviético de 1944 – aquele com o qual ele cresceu. Dois terços da população aprovou a mudança até 2002, de acordo com as principais sondagens russas.

A nova canção vem com letra afinada – não há mais menções do Partido Comunista, por exemplo. Contudo, foram escritas pelo mesmo poeta octogenário que escreveu o hino soviético.

The Party

No tempo soviético, não havia outros partidos além do Partido Comunista, e a adesão era um pré-requisito para a progressão na carreira. Actualmente, o partido Putin da Rússia Unida domina o parlamento federal e a maioria das legislaturas locais, e os funcionários do poder executivo, os empresários que trabalham com o estado e mesmo os artistas são por vezes membros do partido portadores de cartões.

Agora, porém, existem alternativas políticas – incluindo uma moderna alternativa comunista. E é perfeitamente possível fazer uma carreira sem filiação partidária.

Espiões

Em meados dos anos 2000, até 80 por cento do establishment governante russo era constituído por pessoas com formação em serviços de segurança, segundo um estudo da aclamada socióloga Olga Kryshtanovskaya. A tendência foi confirmada em numerosos estudos subsequentes. Acima de tudo, isto incluiu a polícia secreta soviética, a KGB, que lidou com a contra-espionagem e reprimiu brutalmente a dissidência política.

Image: A sede do FSB em Moscovo em 2006's HQ in Moscow in 2006
Cars passa a sede do Serviço Federal de Segurança em Moscovo. O FSB é o sucessor doméstico do KGB.MAXIM MARMUR / AFP/Getty Images file

O sucessor do KGB, o Serviço Federal de Segurança (FSB), foi despojado nos anos 90, mas agora voltou a ser poderoso e temido. É encarregado de combater os espiões e extremistas, mas também controla a oposição política ao governo. O próprio Putin é um produto do KGB, tendo servido no serviço desde 1975 até ao colapso do comunismo em 1991.

p>Algumas coisas mudaram: Na época soviética, o KGB era o braço operacional do Partido Comunista, que dirigia o país. Agora o Partido Rússia Unida é dirigido por veteranos do KGB.

Dissidentes

Joseph Stalin, o temido líder da União Soviética que dirigiu o país com punho de ferro de 1924 a 1953, expurgou, aprisionou e executou os seus críticos. Mesmo nos tempos pós- Estaline, o regime punia aqueles que ameaçavam ou discordavam com ele, pelo que os dissidentes eram despedidos, presos, expulsos, confinados a enfermarias psiquiátricas e perseguidos pelo KGB.

A oposição da Rússia hoje também trava uma batalha assimétrica: Os seus líderes enfrentam casos criminosos e detenções regulares, bandidos assediam-nos em eventos e funcionários afogam-nos em burocracia.

Mas as coisas são diferentes hoje em dia. Mais de 8.000 pessoas foram condenadas na era pós- Estaline por acusações relacionadas com a dissidência. Agora a Rússia tem 50 prisioneiros políticos, segundo o grupo de direitos Memorial, confirmando que a perseguição política se limita a um punhado de julgamentos de fachada, assédio em pequena escala e alegadas fraudes eleitorais.

Media Control

Os meios de comunicação social soviéticos transmitiram apenas o que os oficiais queriam, e o acesso aos meios de comunicação social estrangeiros foi proibido. Nos anos 2000, um dos primeiros passos de Putin foi trazer de volta sob controlo estatal os principais canais de televisão, a principal fonte de informação dos russos. Desde então, transformaram-se em veículos pró-governamentais.

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P>Não obstante, a Rússia tem muitos pequenos meios de comunicação independentes que oferecem pontos de vista alternativos. Agora, devido à Internet, cabo e acessibilidade da imprensa escrita internacional, os russos podem deitar as mãos a uma grande variedade de organizações – mesmo à NBC News.

Going It Alone

Os decisores políticos russos tentaram abraçar o capitalismo, o liberalismo e a democracia ao estilo ocidental depois de 1991, mas até 2015 o país está de volta a antagonizar o Ocidente por razões ideológicas. O apoio de Moscovo ao Presidente da Síria, Bashar Assad, a quem a Casa Branca se opõe firmemente, é o mais recente mas não o único exemplo disso.

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Uma diferença fundamental é a ideologia que está na base da posição da Rússia no mundo. O comunismo tem sido trocado pelo conservadorismo – Putin pinta a Rússia como o oposto saudável de um Ocidente sem lei e imoral. A religião endossada pelo Estado também desempenha um papel importante, sendo os valores tradicionalistas tocados como uma alternativa à tolerância ocidental “sem Deus”.

Mas a Rússia é agora uma economia capitalista, o que significa uma integração mais profunda no mundo globalizado e mais liberdade pessoal – para trabalhar, viajar, aprender e mergulhar nos valores ocidentais.

Homofobia

Nos tempos soviéticos, a “sodomia” era punida com até cinco anos de prisão. Na Rússia de Putin, a “promoção da homossexualidade” a menores implica multas e detenções, e manifestações públicas de afecto ou comportamento transgénero do mesmo sexo podem resultar em abusos públicos. Mas a homossexualidade já não é um crime, mesmo que algumas pessoas sejam intolerantes a ela e figuras públicas falem frequentemente contra ela.

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“Não há perigos para pessoas de diferentes orientações sexuais”, insistiu Putin em 2013. Mas fazendo eco da ambiguidade pública sobre o assunto, ele lambeu num discurso diferente no mesmo ano “a tolerância oca e sem frutos”

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